"E isso - pensou Lily pondo tinta verde no pincel -, esse hábito de inventar cenas sobre os outros é o que chamamos 'conhecê-los', 'pensar' neles, 'gostar' deles! Não havia a menor verdade nisso; era uma total invenção; contudo, era desse modo que os conhecia. Continuou abrindo caminho em seu quadro, de volta ao passado"
Rumo ao Farol
Virginia Woolf, era membro do
Bloomsbury, e considerada uma importante escritora modernista, introdutora do
chamado fluxo de consciência na
narrativa. Seus romances mais famosos incluem
Mrs. Dalloway (1925) e Orlando (1928), e o ensaio Um teto todo seu (1929). Além de escrever uma série de romances,
contos e ensaios, era biógrafa e editora. Após inúmeras crises de depressão,
Virginia encheu os bolsos de pedras e se jogou nas águas do Rio Ouse, deixando apenas uma carta para
seu marido, Leonard, e algumas das maiores obras da literatura para seus
leitores.
Woolf já havia
aparecido entre nossas convidadas (não literal.mente falando), em novembro de
2013. Na época discutíamos sobre o sentido da morte, falávamos sobre Mrs. Dalloway e o filme As horas, de Stephen Daldry. As vidas que
observávamos então eram as das três mulheres que compõem o filme: Virginia
Woolf, Laura Brown e Clarissa Vaugh, cada uma destas vidas em diferentes
temporalidades, 1923, 1951 e 2001 respectivamente. E nestas vidas existiam
angústia, tristeza e negação. Em tempos temerosos,
Virginia Woolf volta à baila de discussão com o seu romance, de 1927, Rumo ao Farol. Agora lançamos nosso
olhar sobre outra gama de personagens corroídos e fragmentados pelo tempo. O
mesmo tema sob outro foco?
Circulamos, e Woolf retorna nos rumos literários que tomamos, sem nenhum caminho previsto, agregando novas pegadas e estradas mesmo através do retorno.
Circulemos!
P.S: O livro discutido está na pasta N.A.D.A Literal - na Ideal.