A
discussão de encerramento com Lolita, de Vladimir Nabokov, foi
de 1955 – época de publicação do livro -, passando por 1962 – com a primeira
adaptação para o cinema de Stanley Kubrick -, e 1997, - com adaptação também
cinematográfica por Adrian Lyne.
A
ideia original era uma análise sem comparações entre os filmes e o livro de
Nabokov. O desejo de encontrar nas particularidades de cada obra seguiu-se por
todo debate. E que particularidades seriam estas? As particularidades do tempo,
como José Rivair Macedo escreveu: "Por vezes, um filme tem mais a dizer
sobre o momento em que foi produzido do que a época que pretende
retratar".
Iniciamos
com uma discussão sobe o livro, após isto, uma rápida visita à algumas cenas de
ambas as produções cinematográficas. Em ambos temos Humbert Humbert declarando seu
amor por Lolita, que Nabokov explicita como ninfeta corajosa, a qual aos olhos
(e tempos) de Kubrick ganha uma delicadeza amadurecida, e com Lyne toques de
sensualidade com um jeito de moleca.
As
roupas, as falas, os cenários, as personagens e a produção: dois filmes, que
partem de um mesmo livro, com imagens totalmente diferentes!
Seria
a censura em Kubrick, que gerou um antierotismo em suas cenas?
Seria
a música pop em Lyne, dando um ar mais jovial a Lolita?
As
tomadas, em Lyne, mais rápidas, diversa em ângulos, enquanto as de Kubrick,
mais lentas, maiores, definindo de antemão qual seria o foco, e cortando quando
houvesse "necessidade" de não mostrar ?
Sobre
estas questões discutimos, argumentamos e, algo que se mantém constante nas
JorN.A.D.A's deste núcleo, nos divertimos.
Saímos,
todos, com desejo de mais!
Mais
Lolita, mais Humbert, mais Cinema, mais Literatura...
Muito
mais literatura!
De
Lolita nos restam as boas lembranças, algumas discussões fruto de nosso
encontro e os certificados!
Já
do N.A.D.A Literal, agradecemos a cada curioso, interessado e destemido que
participou deste primeiro cronograma. A presença de vocês enriqueceu nossas
tardes de terça-feira, bravamente cruzamos as margens de Guimarães Rosa, nos
perdemos e nos encontramos no regional de Érico Veríssimo e Mário Palmério,
descobrimos as Memórias de algumas Putas Tristes, depois de tantas lembranças,
buscamos em Borges o agrado do esquecimento, e por fim voltamo-nos ao tempo,
aos tempos de Lolitas e Humberts.
Logo
mais, postaremos mais novidades e nosso novo cronograma para o próximo
semestre!
"Teve Bão" Vladimir Nabokov